Estudos indicam que o empreendedorismo tem efeito negativo para os países pobres e o contrário para os países ricos. Entenda.
Alguns estudos questionam a importância do papel do empreendedorismo na economia. Por exemplo, Aluízio Barros e Cláudia Pereira encontraram uma influência negativa do empreendedorismo sobre o crescimento econômico. Dos locais pesquisados, aqueles com maior atividade empreendedora apresentaram crescimento menor do PIB nos três anos subsequentes.
Em artigo de 2005, André van Stel, Martin Carree e A. Roy Thurik sugerem que o empreendedorismo exerce papéis diferentes em países com estágios de desenvolvimento econômico distintos. Eles utilizaram os dados divulgados pela pesquisa O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) para analisar a importância do empreendedorismo para o crescimento do PIB.
No estudo, os autores concluíram que a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial (TEA) tem um efeito negativo para os países relativamente pobres, enquanto ele tem um efeito positivo para os países relativamente ricos. Ainda, que o empreendedorismo está relacionado com esses resultados, porém não é simples verificar seus efeitos no crescimento.
Diante disso, os pesquisadores levantaram duas hipóteses que auxiliariam a clarificar o processo. A primeira diz respeito ao momento histórico: grande parte do séc. XX é um período de acumulação, de relevância das grandes empresas hierárquicas que dirigiam a economia. Enquanto, no final do séc. XX, há uma guinada na economia, em direção à economia do conhecimento, relativizando assim o papel das grandes corporações – o que pode ter se refletido nesse estudo.
A segunda hipótese sobre o fato de que nos países em desenvolvimento os empreendedores demonstram níveis menores de capital humano do que os empreendedores de países desenvolvidos. Assim, a TEA menor em países desenvolvidos, refletiria empresas mais inovadoras, enquanto, nos países em desenvolvimento, os responsáveis pelas taxas altas seriam os setores tradicionais.
Fonte: Portal Sebrae