Negócios do bem

Empreendedorismo social beneficia comunidades

Promover negócios que causem um impacto positivo na sociedade é o princípio do empreendedorismo social, em pleno crescimento no país. “Este tipo de empreendimento pode ter ou não ter fins lucrativos, mas seu princípio é buscar o desenvolvimento comunitário ou social. A ética e a honestidade nos negócios são seus pré-requisitos”, explica Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora.

A própria Rede é um empreendimento social. Começou em 2010 como um simples site. “Naquela época, não havia nenhuma referência para apoiar exclusivamente as mulheres que abriam negócios”, conta Ana. Hoje, a rede tem 110 mil seguidoras no Facebook, 40 mil empreendedoras cadastradas e 12,5 mil participantes de um grupo de apoio mútuo.

“Nosso objetivo é criar networking e apoiar as empreendedoras em suas mais diversas necessidades, para desenvolverem seus negócios. Elas postam suas dificuldades e as demais indicam as soluções, baseadas em suas próprias experiências. Participam desde donas de quitandas até proprietárias de pequenas indústrias. Também promovemos cafés em parceria com o Sebrae e fóruns”, relata a fundadora, que conta com uma equipe de 20 voluntárias. Cerca de 50 empreendedoras se integram à Rede por dia.

“O empreendedorismo social vem mostrar que é possível construir um negócio para melhorar a sociedade, ser justo e ter lucro”, diz Ana. “Temos visto, inclusive, diversas ONGs se transformarem em negócios sociais, mas manterem a ONG como um braço para tocar projetos sem fins lucrativos”, comenta.

Beneficiar comunidades carentes é o que move a atuação de Marianne Costa, sócia da Raízes Desenvolvimento Sustentável. Formada em turismo, sua primeira iniciativa como empreendedora social foi montar uma loja virtual com amigas, para vender artesanato produzido no Vale do Jequitinhonha (MG). Investiram R$ 35 mil do próprio bolso no projeto.

As vendas não apresentaram os resultados esperados, mas Marianne não desistiu de empreender socialmente. Com a sócia Mariana Madureira, criou há três anos um roteiro turístico na região de Minas Novas e Turmalinas (MG), reconhecida pelo trabalho dos artesãos ceramistas, com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico local por meio do turismo.

Com uma equipe de seis pessoas, a Raízes, que tem fins lucrativos, desenvolve diversos projetos de consultoria para empresas e entidades governamentais. Um dos mais recentes é o ArteCarste, voltado para o desenvolvimento de artesãos do Circuito das Grutas (MG), com patrocínio da TAM e da Brennand Cimentos.

“Apesar de ser muito frequentado, não havia no circuito um artesanato organizado regionalmente. Qualificamos os artesãos, que criaram uma associação, formaram uma coleção própria de produtos, aumentaram as vendas, abriram uma loja e passaram a participar de feiras”, conta.

“Sempre tive intenção de tornar o mundo melhor pelo meu trabalho. Os negócios sociais vêm conciliar a possibilidade de ganhar dinheiro e fazer a diferença no mundo. Isso é possível”, conclui Marianne.

Fonte: Nancy Campos - www.abiliodiniz.com.br


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